sexta-feira, novembro 25, 2005

Os donos da razão

“Quatro décadas de "revolução cultural" já prepararam a mente da nossa população e da nossa elite para julgar os crimes não pela sua gravidade intrínseca, mas pela coloração político-ideológica dos suspeitos. Um homem da direita roubar uma galinha é crime hediondo. Mas se vocês, da esquerda, protegem e enaltecem a mais vasta e cruel organização criminosa de que se tem notícia no Continente, há!, isto é coisa inocente, não tem nada de mais.” Olavo de Carvalho

O texto foi escrito em 1999 e se referia ao apoio aberto e explícito do governo petista do RS ao grupo guerrilheiro FARC, sabidamente vinculado ao narcotráfico (cunhou-se na época o termo “narcoguerrilha” para caracterizar as atividades do grupo). Coincidentemente os mesmos que sustentaram a campanha pelo “SIM”, alegando serem “da paz”.

Mas o que salta aos olhos é que o trecho citado foi retirado de um texto escrito há seis anos, muito antes de explodir os escândalos do atual governo petista, e de se tornar lugar comum eufemismos para crimes como caixa-dois, corrupção e compra de votos. Quer dizer, se caso tais crimes, que de fato o são, tivessem acontecido sob o governo de um partido que não de esquerda decerto haveria de explodir a revolução para derrubar o “fascismo neo-liberal”. Mas foram os companheiros. Então não foi tão grave.
Democratização da filosofia

Algumas pérolas proferidas pela filósofa e socialite Yara Baumgart, em uma entrevista da Veja:

Yara - Ando tendo muitas preocupações com o mundo.

Veja – Quais?

Yara – A maior é com a água. Se não economizarmos, vai faltar no próximo século. Também estou apreensiva com o tempo. Li que o dia passou a ter só dezesseis horas, segundo a física quântica. É incrível como não conseguimos mais cumprir com nossos compromissos...

Veja – Como a senhora definiria a física quântica?

Yara – Não sei explicar direito, mas posso dar um exemplo. Quando vou contratar alguém, além de avaliar seu currículo, procuro sentir sua energia. Se é boa, houve um encontro dos nossos campos energéticos, entendeu?

---------------------------------------------------------------------------

Ela precisa mais de aulas de física do que filosofia... =oD~~

quarta-feira, novembro 23, 2005


Em Roma, aja como romano

Desde o século XVIII a França, em especial Paris, recebe uma miríade de imigrantes. Eles vêem dos mais diferentes lugares do mundo, e não só de suas colônias como defendem alguns. Aliás, é esse amálgama cultural parisiense parte de seu charme. Judeus, latino americanos, asiáticos e africanos vivem na cidade a mais de século sem maiores problemas. Sim, preconceito existe como existe em qualquer lugar, mas nunca a ponto de causar grandes constrangimentos e não de forma institucional. Agora os defensores dos direitos humanos (só pra variar o termo “politicamente correto” rsrs) criticam e justificam a onda de violência e revolta pelo fato de a maior parte dos imigrantes viverem em subúrbios. Que grande piada!

Decerto esses senhores acreditam que Champs Elysee deveria ser também direito de todo pêlo-duro que chega ao país. Ignoram que de todos os grupos de imigrantes apenas, e coincidentemente, os mulçumanos saem as ruas quebrando e tocando o terror por todo lugar, inclusive em igrejas. Ora, se a questão é meramente econômico-social porque então os asiáticos e latinos não se juntam a horda destruidora? O pior é que o terrível governo francês, e europeu como um todo, recebe esses imigrantes e ainda garante moradia, proporciona uma qualidade de vida que dificilmente conseguiriam na Argélia ou no Marrocos e ainda é acusado de racismo e preconceito.

A expressão ”français de souche” usada para designar os franceses de linhagem antiga, autóctones, nativos, como queiram, têm provocado controvérsia e gerado uma impressão de racismo. Tal expressão tem seu equivalente no termo “gaúcho gaudério”, do sul do Rio Grande, “gringos” entre os italianos do norte do mesmo estado, “cariocas da gema” entre os nativos do Rio de Janeiro e por aí afora. Nenhum desses adjetivos é necessariamente “racista” ou “preconceituoso”, apenas ilustram orgulho de uma descendência e um sentimento de maior apego a terra. Agora até mesmo isso está sendo usado de munição contra os franceses, transformados em nazistas da noite para o dia.

Um dos maiores problemas dos imigrantes mulçumanos na Europa, como bem assinalado pela escritora Oriana Fallaci e pela senadora holandesa convertida do Islã Ayaan Hirsi Ali, é que as comunidades árabes, sempre fechadas, impedem sua prole de estudar junto aos “infiéis” colocando-a em mesquitas (transformadas em escolas) e dificultando a assimilação cultural necessária para uma boa convivência social. Nessas mesmas comunidades fechadas as autoridades do país estão virtualmente impedidas de entrar, e os imigrantes fazem desses guetos verdadeiros baluartes medievais além das linhas inimigas. Práticas consideradas criminosas no mundo ocidental (como espancamento das mulheres) são perpetradas impunemente enquanto entidades oficiais mulçumanas pregam que a Sharia deve estar acima da Constituição. Sim, é a terceira ou quarta geração de imigrantes como disse alguém, mas que importa isso se mal dominam a língua do país que os acolhe e não reconhecem as leis e os costumes locais? E reafirmo: fosse realmente um problema meramente social então teríamos uma revolução de proporções catastróficas, pois o número de imigrantes na França calcula-se em torno de 4.310.000 pessoas, e esse número cresce, literalmente, de forma exponencial. Se Thomas Malthus vivesse veria sua teoria posta à prova...

Não esqueçam, por favor, que a França acusada de racismo é a pátria mãe dos direitos humanos e mantém um Escritório de Proteção dos Refugiados e Apátridas sem paralelo no mundo. O país está pagando caro por ter aberto suas portas de forma tão escancarada, nunca tendo sido reconhecida e passando por vilã aos olhos dos que vêem tudo apenas superficialmente como mera questão econômica . Irônico.

A foto mostra o símbolo nacional da Dinamarca, a mermeid (sereia), localizada na cidade de Copenhagen vestida em uma burka mulçumana. Aconteceu ano passado. Me lembra aquela musiquinha "tá dominado, tá tudo dominado!".. rsrsrs

segunda-feira, novembro 21, 2005

Esse texto foi colocado em uma comunidade do Orkut em setembro, acho. Apesar disso ainda é válido em vista das discussões que estão sendo travadas por aqui. Ele segue pelas mesmas linhas do que o Diego escreveu.
E serve também como resposta aos que me consideram racista, ou pelo menos minha opinião sobre cotas raciais questionável.



Da institucionalização do racismo

Em qualquer dicionário o significado do verbo discriminar é diferenciar, separar, discernir, etc. A luta que eu achei que era travada por aqueles que tinham algum grau de ascendência africana (ou judaica, ou asiática, ou ameríndia ou qualquer outra etnia não-européia) era justamente contra essa discriminação dita racial, em favor da igualdade independente de origem étnica. Sempre achei tal luta digna do mais profundo respeito e apoio-a como a mais justa das causas.

Mas, de um certo tempo pra cá, acredito que esse caráter da luta por igualdade foi substituído por um recrudescimento de orgulho racial, que em si e em princípio, é bastante saudável: faz com que não se tenha um sentimento de vergonha injustificado e estimula o estudo das origens dessa etnia que hoje forma a brasilidade.

E a cousa toda cresceu. Cresceu a ponto de hoje ser imputado um sentimento de culpa naqueles que possuem um grau maior de euro-descendência (empregando o termo politicamente correto), como que se sobre eles pairasse um “pecado original” oriundo daqueles que fizeram uso da instituição escravocrata e do qual alguns descendem. Esse sentimento faz com que muitas pessoas, com esse pesado fardo de culpa, apóiem políticas compensatórias como o caso de cotas para negros em universidades e agora em concursos públicos, sendo que esse sempre teve como premissa a não-discriminação. Aqueles mesmos que antes pregavam a igualdade étnica, hoje são os exaltam a “raça”, e fazendo uso da popularização do pensamento “politicamente correto” discriminam os demais.

No Brasil hoje vale sim a discriminação, ela já foi institucionalizada pelo Estado e têm a benção da Nação. Mas eu me pergunto sempre sobre qual o critério para identificar um legítimo afro-descendente brasileiro. Seriam aqueles que possuem a pele mais escura? Ou seriam os que mantêm os traços? Um mulato é afro-descendente? E se ele tiver pele clara, mas ancestrais negros? Seria uma questão de pureza racial (como os nazistas tanto perseguiram), afinal alguém 100% negro, como diz a famosa estampa, no Brasil é difícil.

Não a discriminação!

-------------------------------------------------------------------------------------

Como resposta, apenas uma mulher defendeu a tese de "discriminação positiva" (ou racismo positivo, como preferir) dizendo que é necessário tal discriminação, e usou como exemplo a situação da mulher.
Não há se comparar a situação da mulher em comparação com o homem e a situação do negro frente ao branco. Se no primeiro caso existem diferenças evidentes, tanto de ordem psicológica como fisiológica, tal coisa inexiste em sua totalidade com relação ao segundo. Outra diferença é que o que existe com relação à mulher é uma proteção trabalhista e com relação ao negro uma compensação histórica retroativa.

Combater o racismo fomentando o mesmo é a mais racista das atitudes. E tapar o sol com a peneira é usar de medidas pseudocompensatórias ao invés de batalhar na melhoria do ensino público fundamental, a verdadeira razão pela qual os negros, brancos, amarelos, vermelhos e verdes pobres não conseguem "chegar lá".

E, sob essa perspectiva, quem são os verdadeiros racistas?

domingo, novembro 20, 2005

Folha de São Paulo:

Ouro Preto muda bandeira "racista"

Considerada racista e motivo de constrangimento para os moradores, a bandeira da cidade histórica de Ouro Preto (89 km a sul de Belo Horizonte) ganhou ontem um novo texto. A frase em latim "proetiosum tamen nigrum" (precioso ainda que negro), referência ao ouro coberto por óxido de ferro encontrado na região, foi substituída por "proetiosum aurum nigrum" (precioso ouro negro). A lei que mudou a bandeira de 1931 foi sancionada ontem pelo prefeito Ângelo Oswaldo (PMDB). Segundo ele, a alteração é uma reivindicação antiga de intelectuais, movimentos negros e até turistas de Ouro Preto.

Se deixar, esses politicamente corretos futuramente irão retirar a inscrição "négo" da bandeira da Paraíba, por se tratar de uma referência racista a "nêgo". Foi aberta a temporada de "caça às bruxas": toda e qualquer palavra, expressão ou termo que parecer suspeito a essa gente será expurgado da língua portuguesa! Assim como aconteceu com o verbo denegrir, considerado racista segundo a "cartilha do politicamente correto" do governo.

É a revolução!!!!