sexta-feira, fevereiro 24, 2006


Diabo a quatro

Impor democracia é, por definição, um contra-senso, e tentar isso em um lugar como o Iraque é atestado maior de ingenuidade. Como muitos previam, o país agora é dividido por uma guerra civil de fundo religioso, e sua situação é certamente mais instável do que antes da intervenção norte-americana. Mas, não conseguindo acreditar em ingenuidade, me resta crer na má fé; o que consola, porém, é saber que se uma guerra é vencida quando objetivos pré-determinados são atingidos, então essa guerra está fadada a ser uma dura lição: as nações islâmicas do Oriente Médio ainda têm um longo caminho antes de alcançar o que se convencionou chamar civilização, e a estrela de sheriff dos americanos anda meio enferrujada..
Bueno, enquanto xiitas, sunitas, curdos e o diabo a quatro, continuarem a se matar e se explodir do outro lado do planeta, não é da minha (nossa) conta.

http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2006/fev/24/70.htm
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2006/fev/24/18.htm

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Bagaceiragem Clássica

Aos que crêem a antiguidade clássica como período de elevado padrão moral e impecável comportamento sexual, apresento dois célebres chinelões romanos dos áureos tempos de nossa civilização: Catulo e Marcial “boca de Roma”.
Segue alguns versinhos.

Catulo, séc. I aC

XXV
Talo, ó paneleiro, mais mole que pêlo de coelho,
que medula de ganso, que lóbulo de orelha,
que a porra flácida dum velho e que uma teia de aranha;
ó tu, que és ao mesmo tempo mais rapinante que a túrbida procela,
quando a lua os putanheiros bocejantes alumia,
restitui o manto que me roubaste
e o lenço se Sétabis e os bordados da Bitínia,
que tens o hábito de ostentar, imbecil, como bens de família.
Desgruda-mos já das tuas unhas e devolve-os,
para que chicotadas queimantes te não marquem de indignidade
o brando flancozinho e as delicadas mãozinhas,
e não estues insólito como frágil barquito
por um vento raivoso em mar grosso apanhado

Marcial, o "Boca de Roma", séc. I d.C

II,62
Tu depilas o peito, as pernas e os braços,
à volta do caralho cortas o pêlo curto,
para agradar, Labieno (quem o ignora?) à tua amante.
Mas a quem queres tu agradar, Labieno, ao depilar o cu?

III,71
Dói o caralho ao teu escravo
E a ti, Névolo, o cu.
Mesmo sem ser adivinho
sei bem de que raça és tu!

VII,67
Filénis, mulher-homem, enraba putos
e, mais ardente que macho entesado,
devora por dia onze raparigas.
De saia arregaçada, joga à bola,
coberta de pó, e com braço fácil
maneja halteres pesados para maricas.
Da palestra poeirenta sai enlameada,
e submete-se às pancadas e ao óleo do massagista.
Não janta, não se reclina junto à mesa
sem antes vomitar umas boas litradas,
e outro tanto se dispõe desde logo a beber
mal engole dúzia e meia de almôndegas.
Depois de tudo isto, quando volta ao deboche,
não brocha (acto que julga pouco viril),
mas põe-se a devorar o sexo às raparigas.
Possam os deuses, Filénis, restituir-te o juízo,
tu que achas próprio de homens lamber conas!

IX, 27
Apesar, ó Cresto, de teres colhões depilados,
um caralho que parece um pescoço de abutre,
uma cabeça mais lisa que cu de prostituta,
de não teres nas pernas o mais ligeiro pêlo,
de sempre aos lábios brancos aplicares a pinça,
falas constantemente em Cúrios e Camilos,
em Quíncios, Numas e Ancos, esses heróis cabeludos
de que os livros estão cheios, e com palavras duras
lanças ameaças e investes com teatros e modas!
Mas se acaso te surge à frente algum pederasta
recém-saído das mãos do pedagogo,
cujo pênis já inchado o técnico soltou
logo o chamas e o levas, e … Quase tenho vergonha, ó Cresto,
de dizer o que faz essa língua de Catão!

Quatro bimbadas numa noite, dou tranqüilo, pode crer;
Mas nem uma em quatro anos, Telesilla, com você


Pobre Telesilla.. rsrs


Os antecedentes

A atual crise internacional em que a Dinamarca se encontra, devido a um intrépido artista interiorano, não é exatamente uma novidade para os europeus. Em 2004 outro artista, Theo Van Gogh, um cineasta holandês, também foi vítima do fanatismo islâmico. Seu crime: produzir um filme que, assim como as caricaturas do dinamarquês, foi considerado “ofensivo” pelo mundo medieval muçulmano. Foi baleado após receber um fatwa de morte. Voltando mais no tempo, um escritor indiano radicado na Inglaterra chamado Salman Rushdie, após lançar seu livro “Versos Satânicos” em 1988, foi laureado com um fatwa fatal (até rimou) pelo próprio todo-poderoso aiatolá Khomeini, mas sobreviveu e vive hoje em NY, sob proteção. Infelizmente algumas pessoas envolvidas com o livro sofreram atentados, principalmente tradutores (as palavras de Khomeini foram “I inform the proud Muslim people of the world that the author of the Satanic Verses book, which is against Islam, the Prophet and the Qur'an, and all those involved in its publication who are aware of its content are sentenced to death"). Afora esses citados, Oriana Fallaci, escritora italiana, também vêm há algum tempo sofrendo ameaças e se mudou para os EUA.

Mas hoje, quem corre maior risco é a deputada holandesa Ayaan Hirsi Ali, uma somali convertida do Islã que participou do curta Submission, o mesmo que levou Theo Van Gogh à morte. Ela também possui um fatwa sobre si, e esse veio da forma mais pavorosa: quando Van Gogh foi morto cravaram em seu peito, com uma faca, um decreto religioso de cinco páginas condenando a líder feminista à morte. Que fez ela então? Fez o que pessoas corajosas, íntegras e meio insensatas fariam: Prometeu uma continuação do curta-metragem, lógico! Respeitem essa mulher, ela merece.

O mais curioso é notar que o principal alvo do fanatismo islâmico não são militares, políticos ou qualquer um que empunhe uma arma contra sua fé, e sim artistas e intelectuais, pessoas que empunham pincéis, canetas ou filmadoras. Nessas pessoas sobrevive o espírito livre do Ocidente, e se a elas falta o porte marcial de um cavaleiro armadurado como Charles Martel, nos campos de Poitiers, ou a liderança carismática de um Winston Churchill, certamente não lhes falta o brio e a coragem dos que tombaram nas Termópilas.

In the future days, which we seek to make secure, we look forward to a world founded upon four essential human freedoms. The first is freedom of speech and expression. The second is freedom of every person to worship God in his own way. The third is freedom from want…. The fourth is freedom from fear”.
Franklin Roosevelt, 1941

Quem quiser ver o curta Submission.

Um nabo com espírito de luta

Segue na íntegra a reportagem sobre esse heróico leguminoso.

Nabo gigante entre a vida e a morte comove Japão
Sexta, 3 de fevereiro de 2006

Dúvidas a respeito do estado de saúde de um nabo gigante estão causando comoção no Japão e ganhando espaço nobre nos noticiários do país. O espécime do tipo daikon, um ingrediente muito utilizado na cozinha japonesa, foi levado à unidade de terapia intensiva de um centro de pesquisas agrícolas depois que um sujeito cortou um pedaço da parte superior do vegetal.

O 'supernabo' conquistou a admiração do público quando começou a crescer numa calçada da cidade de Aoi, no ano passado. Mas ele foi atacado também no ano passado por um desconhecido. A administração regional local vem tentando, desde então, fazer com que o rabanete cresça a partir de sua parte de cima, que foi amputada pelo autor do ataque.

Agora há uma expectativa de que seja possível extrair as sementes ou o DNA do nabo gigante. As folhas murchas do vegetal foram cuidadosamente colocadas em uma caixa frigorífica e acompanhadas por um grupo de repórteres e cinegrafistas em seu trajeto rumo a um centro de pesquisa agrícola.

Mais tarde, noticiários da TV mostraram cientistas com aventais brancos anunciando com seriedade prognósticos para as condições do vegetal.

Homenagem

Este drama incomum teve início na metade do ano passado, quando moradores de Aoi notaram que um nabo japonês tentava crescer em meio ao revestimento de uma calçada.

Impressionados pela sua perseverança, eles batizaram o vegetal de Dokonjo Daikon, ou nabo com espírito de luta. Imagine sua surpresa quando, numa manhã, viram que ele havia sido decapitado. A notícia provocou reações de comoção em várias partes do Japão e o autor da ação devolveu a parte do topo do nabo que havia cortado fora.

É desse segmento que se tenta agora reviver ao vegetal. Até um website foi criado em homenagem a Dokonjo Daikon. O público japonês costuma se emocionar com casos de animais feridos ou doentes. Mas analistas estão intrigados com a onda de afeição sentida por um mero vegetal.

http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI863131-EI1141,00.html

Valeu a dica Bruno! rsrs

Espero que consigam encontrar o maníaco que decapitou nosso valoroso e grande guerreiro!

domingo, fevereiro 19, 2006


Uma cabeça que vale ouro

Qualquer pessoa que arranque a cabeça do chargista da Dinamarca que se atreveu a fazer uma caricatura de Maomé e a traga, será recompensado com 510 milhões de rúpias em dinheiro e o equivalente a seu peso em ouro".
Sr. Haji Yaqoob Qureshi, ministro do “Bem-estar das Minorias” da Índia

Quem matar o chargista receberá como recompensa 1 milhão de rúpias da associação do mercado de joalheiros, 1 milhão de rúpias da mesquita Mohabat Khan e 500 mil rúpias e um carro da Jamia Ashtrafia (uma instituição educativa)".
Mohammed Yousaf Qureshi, imã paquistanês

Aquele que encontrar e matar o cartunista que desenhou e publicou imagens do profeta no diário dinamarquês, receberá 100 kg de ouro”.
Mullah Dadullah, líder do Taliban