sábado, agosto 26, 2006


Fodendo o cinema

Parece que está em andamento uma cruzada contra esse entretenimento tão popular entre a pequena-burguesia tupiniquim. O primeiro episódio foi o projeto de lei de um lunático petista para “democratizar” o cinema tornando obrigatória a exibição de todos os filmes com dublagem em português . O fato mais recente da empreitada é protagonizado pelo MP: tornar obrigatório agora a exibição de um curta nacional sempre que for exibido um filme estrangeiro. Uma legítima babaquice nacionalista. Além do curta será exibido também um “jornal cinematográfico”, seja lá o que for isso. Essa cretinice, assim como a regulamentação da profissão de jornalista, é herança maldita do tempo do regime militar nacionalista (lei 6.281/75 – “lei do curta”). Existe um evidente interesse em ressuscitar leis obscuras daquele período igualmente obscuro com interesses mais obscuros ainda.

Conheço algumas pessoas que curtem um curta (com perdão do fraco “trocadalho”) e outras que estão envolvidas em projetos. Nada contra, acredito mesmo que a maioria do pessoal não apóie esse tipo de medida, mas nosso cinema, que nem ao menos se financia no mercado e vive de subsídios estatais (leia-se dinheiro do contribuinte) agora querer empurrar goela abaixo produções nacionais é o cúmulo do ridículo. É um atestado de incompetência e um estigma para os que levam cinema a sério. Cristaldo: “Mais um pouco e as autoridades proporão uma venda casada: a cada DVD estrangeiro que você compre ou alugue, terá de comprar ou alugar junto um nacional” - o princípio é o mesmo.

Imagem: "A Hora do Espanto". Sugestivo... rsrs

sexta-feira, agosto 25, 2006


Orkut na mira do PT

Comissão de Direitos Humanos sugere exclusão do Orkut da Internet

A tal “Comissão de Direitos Humanos e Minorias” tem como presidente Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e como vice Luiz Alberto (PT-BA). Sob a boa e velha alegação de que a Internet é um grande e terrível mal, acreditam que não só o Orkut mas todos os “portais que favorecem ou não impedem a prática de crimes” devam ser devidamente expurgados da rede. O blogger se enquadra no vago conceito de “portal”? É mais uma daquelas patetices que não vai dar em nada, mas é bastante útil para expor as idéias democráticas alimentadas por esse povo.

A propósito, meu pai andou por Brasília essa semana e não viu a estrela-símbolo ou a cor do partido nem mesmo na sede do Partido na capital. Nada. E eu não tenho visto nas ruas de Pelotas aquele monte de entusiastas e militantes pentelhando todo mundo com bandeiras, panfletos, cornetas, e o diabo-a-quatro tão comum em eleições passadas. Não estou reclamando, isso é ótimo!, mas onde estão escondidos os mais de 50% de eleitores do Partido?!

Imagem: homenagem ao ráquer que sacaneou a página do Partido. Agora só falta sacanear o restante. hehe

quinta-feira, agosto 24, 2006


Pra matutar

Não permitimos que loucos tenham porte ou mesmo registro de arma de fogo. Porque deveriam permitir os aiatolás terem bombas atômicas?

Imagem: Ali Khamenei, Cox and Forkum

quarta-feira, agosto 23, 2006


Quando os extremos se tocam

"Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados". Das leis herméticas

Há exatamente 67 anos atrás era celebrado o (hoje pouco conhecido) tratado Ribbentrop-Molotov, também conhecido como pacto nazi-soviético. Oficialmente um pacto de não-agressão entre as duas maiores potências totalitárias da época, na verdade uma aliança discreta com objetivos territoriais bem definidos (a conquista e subseqüente divisão dos países independentes que ficavam na fronteira entre Alemanha e URSS). O pacto só foi rompido dois anos depois por força da insanidade do lunático de bigode quadrado, que invadiu a URSS e iniciou uma guerra em dois fronts. Vale ressaltar que não havia até o momento qualquer indício de interesse dos comunistas em se opor aos nazistas ou de violar o pacto.

As convenções, interpretadas sempre em termos absolutos e o imaginário coletivo ocidental pintaram as chamadas extrema esquerda e extrema direita como extremos ambivalentes, antagônicos, quando na verdade sempre foram a mesma merda sob discursos levemente diferentes. A ironia da cousa toda é que atualmente o culto aos símbolos soviéticos é marca maior dos que se julgam salvadores da pátria e a suástica é símbolo banido e proibido por lei. O que me lembra outra máxima: “a História é contada pelos vencedores”...

terça-feira, agosto 22, 2006


Entre discos voadores e ilhas utópicas

Eu tenho um problema. Na verdade dois. Mas geralmente eles aparecem juntos e me fodem duplamente. O primeiro deles é ler qualquer merda que me caia nas mãos, o segundo é não conseguir não terminar de ler o que quer que seja que tenha me caído nas mãos. No momento leio dois livros absolutamente deprimentes, mas um é tão cretino que merece um comentário. É sobre um sujeito que aprendeu com alienígenas uma técnica para “se soltar no tempo” e viajar para diferentes momentos de sua vida de forma meio aleatória. Ele usa a tal técnica para suportar os horrores da Segunda Guerra. Pelo menos o texto é recheado de humor negro, o que torna a leitura mais divertida. “Uma novela que segue mais ou menos o modo esquizofrênico e telegráfico das histórias do planeta Tralfamador, de onde vêm os discos voadores”. É, foi escrito nos anos sessenta. Fucking hippies!

Bom, o segundo livro também vale um comentário. É sobre uma ilha distante onde todos se vestem da mesma maneira, vivem em casas absolutamente iguais, se organizam hierarquicamente segundo o quesito velhice, dormem todos no mesmo horário, acordam no mesmo horário, e não podem se entregar ao “ócio inútil” no período de repouso. Todas as cidades são projetadas para serem umas iguais as outras e não existe propriedade privada de nada. Mas possuem escravos. Supostamente é o verdadeiro paraíso terreno.

Pois é, preciso refinar um pouco minha bibliografia.
Roubado do Nova Corja

Mundo perde ainda mais respeito pelo Brasil

Agradeçam ao presidente Lula e sua, para ser elegante, ingenuidade na escolha de amigos: a partir de agora, toda tribo de quinta categoria da América Latina vai se achar capaz de chantagear o Brasil. Um bando de guaranis se aboletou em cima da válvula que traz gás natural da Bolívia ao país e só sai de lá com US$ 9 milhões. À primeira vista, parece ser falta de respeito pelo Estado boliviano. Isso até se ler direito as reportagens e descobrir que a empresa Transsierra é um consórcio que tem a Petrobras como integrante. Obviamente, os indígenas se sentiram encorajados pela reação patética do Itamaraty de Lula à nacionalização dos hidrocarbonetos (isto é, gás natural) pelo muy amigo presidente Evo Morales.

Primeiro, foi a China que enrolou o governo brasileiro, que a reconheceu como economia de mercado a troco de promessas, obviamente descumpridas. Depois, foi amigão Evo. Agora, um bando de guaranis armados com pedaços de pau. Quem será o próximo? Enquanto isso, internamente, o PCC também passa a mão na bunda do Estado e sai correndo. É o que dá essa babaquice de paz e amor.

domingo, agosto 20, 2006


Grossa palhaçada

Abro o Diário de hoje e lá está, ocupando uma página inteira, uma matéria sobre o PCC. Nada demais até aí, é só o que se fala ultimamente. Fora eleições, claro. Mas o título da matéria foi um tapa na orelha: “PCC se apropria de discurso marxista”. O Bullshit Detector dispara na cabeça. Como diabos alguém “se apropria” de uma ideologia ou de um discurso ideológico? Leio. Nada demais. Apenas a óbvia constatação de que criminosos estão usando o discurso político das esquerdas para legitimar suas ações. “Cadê a novidade?”, penso eu. Quase todas as organizações clandestinas e violentas da América Latina têm usado esse mesmo discurso pelos últimos quarenta anos e ninguém percebeu? Precisou um traficante mascarado reproduzir a migué do PCO, PT, PSTU, PSOL e genéricos pra cair a ficha? Coisas da vida. Stalin decerto deve ter se apropriado do marxismo. Pol Pot também. Fidel Castro. Mao Tsé-Tung. Todos eles se apropriaram do sagrado discurso marxista. Quem serão os legítimos proprietários dessa lenga-lenga? Afinal, o autor morreu já faz algum tempo...

Lá pelo fim um tarado que atende por Leonardo Boff lança uma indagação: “e se eles estiverem certos”, pergunta. Depois sugere que devemos ouvir a bandidagem e refletir sobre a cousa toda. E tal.

E aí, vamos trocar uma idéia com o tio Marcola?

Foto: "Partido Comunista da Catalunha". rsrs