sexta-feira, abril 07, 2006

Todo mundo já conhece, mas...

Mas azar! É muito bom! O islamismo vai receber todo meu respeito e admiração quando um árabe, de preferência muçulmano, fizer qualquer coisa parecida com isso, mas colocando um feliz e peladão Maomé no lugar do Messias. E não ser decapitado, lógico.. Como dizem, “civilização é rir”!

quarta-feira, abril 05, 2006

O garoto-propaganda mais caro da história brasileira

Ou sobre como catapultar o sofrido dinheirinho do contribuinte para o espaço sideral e todo mundo achar lindo e maravilhoso. Mas era 1º de abril, não é mesmo?

“A melhor definição para nosso subsidiado passageiro vem da ficção científica. Está mais para alien. Pegou carona numa nave de outra civilização, invadiu uma estação orbital sem ter porquê e logo será ejetado para não atrapalhar a vida a bordo.” Janer Cristaldo, “1º de abril”

Viva o primeiro astro, digo, cosmonauta tupiniquim!

terça-feira, abril 04, 2006

Wafa Sutan, again

Algum tempo atrás postei o discurso de Wafa Sultan, a mulher árabe que criticou duramente (para dizer o mínimo) o islamismo em um programa de tv da rede Al Jazeera, bem na fuça de um mullah. E também certamente para algumas centenas de milhares de fanáticos que não hesitariam em lhe arrancar a cabeça a golpe de cimitarra. A Nísia mandou essa reportagem feita pela revista Época, que fala um pouco da vida dessa temerária senhora de meia idade que tem mais culhões que a maioria dos homens de estado europeus. Segue o texto.

A culpa é da religião?

Em 1979, Wafa Sultan era uma estudante de Medicina da Universidade de Aleppo, na Síria. Filha de um comerciante bem-sucedido e muçulmano devoto, Wafa seguia com devoção e sem problemas os mandamentos da religião de sua família. Eram anos turbulentos, porém. Naquela época, os Irmãos Muçulmanos, um grupo radical islâmico fundado no Egito na década de 1920, lutavam violentamente contra a ditadura de Hafez Assad, pai do atual presidente sírio, Bashir Assad. Muitos estudantes eram simpatizantes ou membros do grupo. Um dia, um punhado deles invadiu uma aula da faculdade de Medicina e matou o professor a tiros gritando ‘Alla u akhbar’ (Deus é grande).

Wafa assistiu ao crime. A cena brutal mudou sua vida. Wafa decidiu que era hora de procurar novos rumos. O islã já não fazia sentido. ‘Naquele momento eu perdi a confiança no deus deles e comecei a pôr em dúvida todos os ensinamentos.’ Dez anos depois, casada e mãe de duas crianças, conseguiu realizar seu sonho e mudou-se para os Estados Unidos. Teve mais uma criança, revalidou seu diploma de Medicina e pretendia apenas continuar tocando a vida na Califórnia. Mas algo de seu passado continuava incomodando. Wafa passou a escrever suas opiniões acerca da religião em que cresceu e o impacto dela nos países árabes e do mundo. No começo era algo estritamente privado. Apenas seu marido, que nos EUA adotou o nome de David, e alguns amigos imigrantes liam. Depois, Wafa decidiu escrever para um site crítico ao islã mantido por um imigrante sírio em Phoenix, Arizona.

Foi o começo de sua transformação em uma nova personagem. O ensaio sobre os Irmãos Muçulmanos publicado no Annaqed, palavra árabe que significa crítico e dá nome ao site, chamou a atenção. Num típico efeito do mundo online e globalizado em que vivemos, seu escrito foi lido também no mundo árabe. Wafa foi convidada para discutir suas idéias ao vivo na Al Jazeera, a rede de TV paga do Catar exclusivamente de notícias que se transformou na mais vista rede de TV do mundo árabe. Sua primeira aparição foi em julho de 2005. Debateu suas idéias polêmicas com um militante radical islâmico da Argélia.

No mês passado Wafa voltou à Al Jazeera. O resultado foi arrasador e ela virou celebridade, odiada ou amada nos países islâmicos. Aos 47 anos, a mãe de família do interior da Califórnia se tornou a mais ácida e radical crítica do islã. Wafa se junta a um crescente e barulhento coro de mulheres que criticam o islã. Ela é diferente de suas predecessoras, no entanto. Não está preocupada especificamente com a questão das mulheres no islã ou das minorias sexuais. Nem acusa os terroristas de terem seqüestrado sua religião. Para Wafa, o islã em si é o problema.
‘O que nós estamos vendo não é um choque entre religiões ou de civilizações’, disse Wafa no horário nobre dos países árabes que a Al Jazeera cobre. ‘É o choque entre a civilização e o atraso, entre a barbárie e a razão. É um choque entre liberdade e opressão, entre democracia e opressão. É o embate entre os direitos humanos e os que violam os direitos humanos.’ O entrevistador da Al Jazeera quis pôr fogo na discussão e perguntou: ‘Pelo que estou entendendo por suas palavras, o que está acontecendo no mundo hoje é um choque entre a cultura do Ocidente e a ignorância e o atraso dos muçulmanos?’. ‘É exatamente o que estou querendo dizer’, respondeu Wafa.

A idéia básica que Wafa defende é a de que o islã é, desde Maomé, uma religião que prega a violência contra os não-muçulmanos. Para ela, não são os terroristas que distorcem o islã, mas o islã que distorce as mentes de seus seguidores a ponto de alguns deles se tornarem terroristas. ‘Em nossos países, a religião é a única fonte de educação e é a única fonte de onde um terrorista bebeu até matar sua sede. Ele não nasceu terrorista e não se tornou terrorista da noite para o dia. Os ensinamentos islâmicos desempenharam um papel tecendo sua ideologia. Foram esses ensinamentos que mataram sua humanidade’, disse Wafa em sua primeira aparição na Al Jazeera.

Para cúmulo da provocação no mundo árabe que explora ideologicamente o conflito entre Israel e palestinos, Wafa Sultan citou os judeus como exemplo a ser imitado pelos muçulmanos. ‘Eles vieram da tragédia do Holocausto e forçaram o mundo a respeitá-los com seu saber, não com o terror, com seu trabalho, não com choro e gritos. A humanidade deve a maioria de suas descobertas e ciência dos séculos XIX e XX a cientistas judeus. Não vimos nenhum judeu se explodir dentro de um restaurante alemão. Nunca vimos um judeu destruir uma igreja. Nunca vimos um judeu protestar matando gente.’

A fala de Wafa impressionou líderes judeus americanos, que querem que ela fale para platéias judaicas dentro e fora dos EUA. Mas o impacto real do que Wafa disse se dá mesmo nos países árabes. Em sua terra natal, a Síria, ela tem sido tema de pregação furiosa de xeques em mesquitas. A grande diferença entre Wafa e outras emigradas de países islâmicos que criticam o islã é que ela fala para os próprios árabes. Gente como a jornalista, escritora e militante homossexual Irshad Manji, que vive no Canadá, ou Ayaan Hirsi Ali, a somaliana que se tornou deputada na Holanda e milita contra a circuncisão feminina em países muçulmanos da África, fica longe da opinião pública árabe. Suas críticas causam furor nas comunidades de muçulmanos emigradas para a Europa e os EUA, mas não chegam à imprensa dos países muçulmanos.
Wafa se beneficiou da existência da Al Jazeera. Embora tenha incorrido na ira dos EUA por ser o canal através do qual as mensagens gravadas do arquiterrorista Osama Bin Laden chegam ao mundo, a Al Jazeera representa o que há de mais livre em mídia no mundo árabe. Usando a tecnologia, a rede baseada no Catar conseguiu driblar o controle governamental sobre a imprensa que é a norma nos países árabes. Ouvir uma mulher atacando o islã em um debate com um militante islâmico argelino, como foi o caso de Wafa em julho de 2005, ou com um xeque egípcio, como ocorreu no mês passado, rompe o padrão no mundo árabe. Wafa deu voz em público a uma discussão que, comentam observadores, as pessoas nos países árabes mal têm coragem de travar em casa.

A reação violenta não demorou. A secretária eletrônica de Wafa e sua caixa de entrada de e-mail acumulam ameaças de morte. Em entrevista ao jornal New York Times, que publicou seu perfil na primeira página, Wafa diz ter medo por sua mãe, que continua vivendo na Síria. Tem receio também do que pode ocorrer com sua família nos EUA, onde pode ser alvo de algum radical muçulmano expatriado. Mas não parece muito assustada. O projeto a que se dedica atualmente é a publicação de um livro em que tenta acertar de vez suas contas com a religião da qual já foi uma devota praticante.
O título, ainda não definitivo, da obra é A Prisioneira Foragida: Quando Deus É um Monstro’. Wafa explica: ‘Cheguei a um ponto em que não há mais volta. Não tenho escolha. Estou questionando cada ensinamento do Corão’.
Wafa encara sua nova personagem com muita seriedade. E se vê imbuída de uma missão civilizadora. ‘O conhecimento me libertou do pensamento atrasado. Alguém tem de ajudar a libertar o povo muçulmano dessas crenças erradas.’
Há mulheres combatendo em outras frentes. Para Yenni Wahid, uma indonésia que milita na política partidária de seu país, ‘um islã democrático, pluralista, multicultural e tolerante’ é não só possível, como a melhor solução para os países muçulmanos. ‘Um islã universal que deseja a justiça e a prosperidade para todos.’
Wafa não acredita mais nessa hipótese. No debate de fevereiro na Al Jazeera, definiu a linha de sua crença. Ao dizer que não era nem muçulmana, nem cristã, nem judia, ouviu de seu interlocutor, o xeque egípcio Ibrahim Al Khouli, que era uma herege. ‘Não preciso responder a suas perguntas porque a senhora blasfemou contra o islã, blasfemou contra o Corão e blasfemou contra o Profeta’, disse Al Khouli. Wafa respondeu dizendo ser uma pessoa secular que não acredita mais no sobrenatural. Disse também que as crenças das pessoas são assunto particular delas e devem ser deixadas assim. ‘Irmão, você pode acreditar até em pedras, contanto que não as atire em mim.’

[Artigo publicado na revista Época, edição de 20/03/06, nº 409.

segunda-feira, abril 03, 2006

Pensamento do dia

"Não existem ateus nas trincheiras"

domingo, abril 02, 2006

Dois anos!
Jana, Juno y el Jimador, a tríade!
Vereador pichador

Acho que não é vandalismo! É uma expressão da indignação do povo e da exploração dos agricultores pelas multinacionais”.
Vereador Vlademir Brixner (PT- Arroio do Tigre), quando perguntado pela Zero Hora se considerava pichação um ato de vandalismo – ele foi flagrado pichando o pórtico da cidade de Santa Cruz do Sul que foi patrocinado pela Souza Cruz.

Crime? Nah! Só é crime quando praticado por meros mortais, nesse caso é “expressão da indignação”. Assim como invasão de propriedade é, na verdade, “ocupação” quando praticados pelos militantes do MST. Ou caixa dois são “recursos não contabilizados” quando praticados pela administração petista. O conceito de crime, segundo o que parece, também é alvo do relativismo esquerdista.