sábado, setembro 16, 2006


Campo da Convergência

Se há um país que sofreu as mazelas dos dois totalitarismos do século passado mais do que qualquer outro, esse país é a Alemanha. Passou alguns anos da primeira metade do século XX sob jugo nazista, e a maior parte da segunda metade sob jugo comunista. Verdade que apenas a metade leste do país ficou sob controle socialista após 1945, batizada, ironicamente, República Democrática Alemã (RDA).

Existe um lugar na Alemanha que representa, melhor do que qualquer outro na minha opinião, essa desgraça totalitária da qual foi vítima: Sachsenhausen. Criado pelos nazistas em 1936 na cidade de Oranienburg, da qual Sachsenhausen é distrito, a “Estação Z”, como era chamado o campo de concentração ali instalado, abrigou 204 mil detentos, dos quais 54 mil morreram por execuções ou maus tratos (algumas fontes chegam a apontar em 100 mil o número de mortes). Apesar de muitos judeus, dissidentes e outros terem sido mortos no lugar, a priori ele não era considerado campo de extermínio e sim um campo de prisioneiros comunistas. Era onde “treinavam” oficiais da SS antes de os enviarem para os tenebrosos campos de extermínio. O campo permaneceu ativo até abril de 1945, quando foi liberado pelo Exército Vermelho.

Em agosto de 1945 os soviéticos, que haviam preservado o lugar, resolveram aproveitá-lo para os mesmos fins – mas rebatizaram-no Campo Especial nº7/nº1. Para lá foram mandados membros do Partido Nazista, dissidentes comunistas, desertores do Exército Vermelho e uma miríade de infelizes que estavam no lugar errado na hora errada. De 1945 até 1950, 60 mil pessoas passaram pelo campo. 12 mil foram executadas ou morreram por maus tratos. Os sobreviventes foram mandados para Gulags no interior soviético. Buchenwald, outro campo nazista, teve o mesmo fim pelos soviéticos. Outros existem, com certeza.

Em 1990, depois da queda do muro, foram encontradas valas comuns no lugar e em 2001 o museu “Campo Especial nº1/nº7" foi ali criado. Em vista de que muitos campos foram transformados em museus e memoriais para lembrança nazista, ao menos um foi dedicado ao terror vermelho. Claro, houve represálias, pois, assim como no Brasil, a memória comunista alemã também é envolta em glória e esplendor – o passado negro deve ser esquecido ou justificado. A “Revolução Documental” ocasionada pela súbita queda do regime soviético só agora, mais de 15 anos depois, começa a fazer efeito.

Imagem: uma das torres do campo

sexta-feira, setembro 15, 2006


Comentário do dia

Estamos nas mãos do bugre cocalero, dos traficantes do PCC, dos bolcheviques do MST e, desgraça maior, nas mãos do Lula do PT.

Que se há de fazer? Oh céus, Oh vida...

quarta-feira, setembro 13, 2006




















Who´s your buddy?

Feliz o dia que produzirem uma versão maometana desse Cristo no mundo muçulmano sem o risco de a fábrica ser explodida ou o idealizador decapitado pela jihad!

Buddy Christ, ícone de civilização!

segunda-feira, setembro 11, 2006


Cidade do Homem

A soberba, a edificação de impérios, o secularismo, o individualismo, o poder e a atração do dinheiro – tudo isso está associado à idéia de uma pecaminosa Cidade do Homem. Mitos de destruição existem desde que os homens passaram a construir cidades onde pudessem negociar, acumular riqueza, obter conhecimento e viver confortavelmente.
O temor da punição por desafiar o poder de Deus, devido à soberba de acreditar que podemos seguir sozinhos, é comum a muitas religiões. A história da Babilônia e sua torre grandiosa é uma das mais antigas conhecidas pelo homem. Depois do Dilúvio, Ninrode edificou a Babilônia. Posteriormente, o lugar foi cultuado como uma deusa-mãe. Talvez tenha sido a relativa liberdade sexual das mulheres da Babilônia que levou devotos judeus e cristãos a descrever a cidade como ´a mãe das meretrizes e abominações da Terra´. A população da Babilônia tanto quanto os cidadãos da Florença do século XIV ou da Nova York do século XX, buscavam fama mundial. ´Venham´, diziam eles, ´construamos para nós uma cidade, e uma torre cujo cume toque os céus e nos faça célebres´.”

“(...) As Torres Gêmeas, recheadas de pessoas de todas as raças, nacionalidades e credos, trabalhando a serviço do capitalismo global, representavam para o guerreiro santo tudo o que era execrável na mais grandiosa Cidade do Homem moderna”.

Trechos da obra Ocidentalismo, de Ian Buruma e Avishai Margalit

Imagem: The Tower of Babel, por Pieter Bruegel.

domingo, setembro 10, 2006


Caricaturas do Apocalipse

Depois do “Clash of Civilizations”, evento apocalíptico promovido por um jornaleco interiorano dinamarquês que publicou algumas caricaturas islâmicas e que resultou na morte de muitos, o Irã resolveu pagar na mesma terrível moeda: um superconcurso mundial de cartoons anti-semitas sobre o Holocausto. Queriam fazer o Ocidente provar de seu próprio veneno!

E fizeram. Elas hoje correm o mundo. Inclusive na Dinamarca, onde foram recebidas com absoluta indiferença. Um rabino dinamarquês consultado por um jornal antes de publicar os cartoons, ao contrário de seus colegas islâmicos, não demandou por uma jihad assassina contra infiéis: “Eles são de mau gosto, mas previsíveis (...) eles são bastante inofensivos".

Agora dá licença, vou explodir uma mesquita.

Curiosidade: O Brasil é o terceiro país, dos sessenta, em número de participantes do evento anti-Ocidente. Perde só pra Turquia e pro próprio Irã. É um povo politizado, o meu!

Imagem: Cartoon do venezuelano Manuel Loyza - os nazistas, grandes heróis libertadores.

Link para todos os cartoons