Com bandido não se negociaHoje os jornais do mundo noticiam que o Irã e a Síria acreditam que a trégua no Oriente Médio é vitória do grupo terrorista Hezbollah. Eu concordo. Uma das máximas que carrego comigo é justamente “com bandido não se negocia” – quando acontece é porque o bandido realmente venceu.
Coisa de meses atrás quando Israel desocupou, sob os auspícios de Sharon, algumas regiões onde mantinha colônias, a ação não foi considerada um ato de boa-fé em favor da paz pelos árabes, mas como um ato de fraqueza a ser explorado. Logo depois desse fato o grupo radical Hamas venceu as eleições na Palestina.
Enquanto a Alemanha pré-Segunda Guerra se armava até os dentes e quebrava todos os acordos firmados anteriormente, o resto da Europa, e principalmente a Inglaterra, faziam vistas grossas em nome da manutenção de uma paz ilusória. Não tardou até o demente de bigode quadrado tocar o terror para além de suas fronteiras.
Existem exemplos mais próximos sobre a validade dessa máxima. Quando nosso governo cede às pressões de uma organização criminosa como o PCC ele está barganhando com bandidos. Tal medida longe de enfraquecer o poder e a influência dessa bandidagem o faz aumentar assustadoramente. A respeito disso alguns consideraram a relativa paz do último domingo em SP um indício de que o grupo conseguiu tudo o que queria. O Estado se dobrou às vontades da criminalidade.
Mesmo com todas as justas reservas para com a forma como Israel vinha tocando a campanha militar, o fato de aceitarem um cessar fogo nesse momento só faz fortalecer o movimento radical naquela região. O tempo vai ser muito bem empregado pelo terror para se rearmar com seus simpatizantes na região, que todos sabem quem são, e voltar à carga quando for conveniente. E os fins nucleares do Irã, todos o sabem também, são puramente pacíficos. A moral da história é bem clara: terrorismo funciona perfeitamente.
Enfim, aos inimigos não se dá trégua nem quartel, como diriam os gaúchos de outrora.
Foto: O homem que enterrou o caudilhismo nessas plagas sulistas. Digam o que disserem, ele tirou o estado da Idade Média e permitiu o desenvolvimento da civilização, além de ser fervoroso partidário da máxima trabalhada nesse tópico. É o nosso Sarmiento.