sexta-feira, agosto 11, 2006



Para dormir bem

Acabei de ver aquela caricutura ambulante que atende pelo nome de Lembo dizer que conta com o "bom senso" dos criminosos liberados para passar o feriado com os pais. Ele conta com o bom senso e o povo com a Providência, porque confiar em bom senso de bandido só o senhor Lembo, mesmo.

"Acompanhei aqui essa história de querer impedir a nossa saidinha. A situação ficou tensa, tive medo de não poder ver a minha família. Mas, graças a Deus, estou na rua". De um assaltante de bancos feliz por poder dar uma bandinha pelas ruas. Alertou que a situação estava tensa, e fico a imaginar que diabos ele quis dizer com isso. *pergunta retórica*

quinta-feira, agosto 10, 2006


In Memorian – Bin Laden

Bin Laden, o mais ilustre morador da Afonso Emilio Massot. Bêbado alegre, contador de piadas contumaz e bagaceiro da pior estirpe – verdadeiro profanador dos bons costumes e da civilização. O nome verdadeiro não se sabe, ou pelo menos eu não sei, e o apelido com certeza é uma referência a sua barba grisalha. Mas ele teve um passado, isso é certo – mulher, filhos, emprego. Alguns alegam ter visto a ex-mulher uma vez, mas deve ser mentira já que nem daqui ele é. Ou era. Morreu essa tarde, sozinho, no frio e na chuva. Bom, Sozinho também não estava: foi embora abraçado na garrafa amiga que lhe acompanhou todos esses últimos anos. O corolário desse pobre diabo que animava a rua vai ser um túmulo de indigente onde o ridículo nome “Bin Laden” talvez tire alguns sorrisos dos que por ventura por ali passarem. Ele certamente gostaria disso.
Que tenha um descanso merecido e que não lhe falte a sagrada canha. A Emilio Massot agora é uma rua mais triste...

quarta-feira, agosto 09, 2006

Leio no blog do Cristaldo:

ESTADO SE CURVA E OBEDECE

O direito de deixar as prisões em datas comemorativas é garantido por lei e pode ser requerido pela defesa do preso à Justiça. Em 2005, no Dia dos Pais, 11.087 detentos ganharam as ruas. Destes, 808 não retornaram às celas. Em maio último, no Dia das Mães, 12.645 presos estavam fora das celas durante a primeira série de ataques do ano. 965 não voltaram. O percentual dos foragidos é de mais de 7 %. É o que nos dizem os jornais.

Cerca de mil presidiários fugindo a cada data comemorativa é, a meu ver, razão mais que suficiente para acabar de vez com o benefício. Se tal direito ainda existe, o Estado é cúmplice das fugas. Ao saber que o Ministério Público Estadual pretendia proibir a saída de prisioneiros neste Dia dos Pais, o PCC cometeu mais de cem atentados a repartições públicas, bancos, postos de gasolina, ônibus e carros policiais. A estratégia surtiu bom efeito. Os jornais estão anunciando cerca de 11 mil presidiários livres como passarinhos no próximo fim-de-semana. Se as estatísticas se repetem, cerca de mil deles permanecerão livres para matar, roubar, estuprar, seqüestrar.

8.852 detentos já conseguiram o benefício. O Primeiro Comando Central já demonstrou sobejamente quem manda em São Paulo. O Segundo Comando - papel ao qual foi reduzido o Estado - se curva e obedece”.

Moral da história: em dias de feriado comemorativo não saia de casa, tranque bem as portas e reze para que os 7% de vagabundos que aproveitaram a oportunidade gentilmente oferecida pelo Estado e pela sociedade para fugir não se voltem contra você e sua família.

segunda-feira, agosto 07, 2006


Foto: Bom.. hã.. O tratamento médico na Ilha da Fantasia não era dos melhores... rsrs

Toque de recolher?

Viram no Fantástico ontem? Já pensam em importar dos States a última cretinice em termos de combate à violência: toque de recolher para menores. Mas, que diabo, se a Banânia já copia tudo dos gringos, porque não haveria de copiar isso também?

Acontece que no Brasil existe um pequenino detalhe: se lá a medida tem certa eficácia em manter menores infratores fora das ruas, é porque esses menores ainda têm uma casa. Em SP a prefeitura iria fazer o que com os menores de rua que encontrasse por aí? O toque de recolher só teria efetividade, pra variar, contra adolescentes de classe média que freqüentam botecos até mais tarde e que não tem no tráfico, no furto e no assalto os maiores interesses. Considerando, é claro, as modalidades de espancamento de mendigos e o incêndio de índios exceções que confirmam a regra. Seria, então, o primeiro toque de recolher decretado por um Estado contra seus cidadãos que nada tem a ver com criminalidade (excetuando-se o estado de guerra). Genial!

O Fantástico resolveu fazer uma enquete para saber o que pensam os telespectadores sobre a adoção da medida na Banânia, e não deu outra: mais de 70% de aprovação. A mim só serviu pra mostrar que as pessoas não vêem nenhuma diferença entre São Paulo e Washington DC.

Foto: “Dadinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno, porra!”

domingo, agosto 06, 2006


Não é fácil, tchê!

"O verdadeiro remédio para o conflito [no Líbano] é a eliminação do regime sionista".

Senhor Mahmoud Ahmadinejad (duvido alguém pronunciar isso), presidente do Estado islamofascista iraniano estabelecendo a condição definitiva para o fim do conflito alguns dias atrás. Ele faz parecer bastante simples, não? E claro, os fins nucleares do Irã, todos o sabem, são puramente pacíficos.

Pra matutar: o que é pior, lançar mísseis sobre áreas residenciais ou estabelecer bases de lançamento de mísseis em áreas residenciais? Como diria meu sogro, nãããão é fácil, tchê!!!

Imagem: Solano López. Mas que diabos tem a ver o ditador paraguaio com assunto, pensará o incauto leitor. Bueno, quando começou a escassear homens em seu exército e as tropas regulares foram dizimadas, ele achou por bem colocar no front crianças de dez anos e velhos de setenta para combater os aliados, mesmo quando a guerra estava perdida. De certo modo funcionou, a posteridade responsabilizou a nós pela chacina. E ele virou herói.