sábado, julho 08, 2006

Sobre Coincidências

1)Celso Daniel: prefeito. Assassinado
2) Antonio Palacio de Oliveira: garçom. Assassinado
3) Paulo Henrique Brito: testemunha da morte do garçom. Assassinado
4) Iran Moraes Rédia: reconheceu o corpo de Daniel. Assassinado
5) Dionizio Severo: suposto elo entre quadrilha e Sombra. Assassinado
6) Sérgio Orelha: Amigo de Severo. Assassinado
7) Otávio Mercier: investigador que ligou para Severo. Assassinado
8) Carlos Delmonte Printes: Legista. Tomou alguns remédios...

Do blog do Reinaldo de Azevedo, que andou escrevendo sobre o caso Celso Daniel. Aliás, a casa de sua mãe foi invadida recentemente por pessoas que muito estranhamente não levaram nada, queriam apenas “deixar um recado”. Onde mora a mãe do jornalista? Santo André. Outra triste coincidência.

sexta-feira, julho 07, 2006


Da série "frases memoráveis"

"Não reconheço a reincidência como agravante de pena. Se o sujeito reincide, quem falhou é o Estado".

Sonáli da Cruz Zluhan, juíza criminal de Caxias do Sul, muito fiel a cartilha desmiolada que reza ser o bandido uma vítima. Palmas para ela. Oremos para que nenhum latrocida de Caxias leia isso...

quinta-feira, julho 06, 2006


O Gay Estatal

Nesse país onde todos os caminhos levam inexoravelmente ao Estado, nem os gays escapam. Em 2005, meio milhão de reais foram destinados a mais de 50 passeatas gays em todo país. Em 2006, acredita-se que ocorrerão 58 paradas gays e 29 eventos relacionados até o término do ano, e o custo será mais que o dobro: um milhão e duzentos mil reais. A pergunta que fica é de onde diabos é captado o dinheiro, e como.

Do Ministério da Cultura. Do Fundo Nacional de Apoio à Cultura, através da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural. Como disse o Cristaldo em 2004, por ocasião de passeatas homossexuais com dinheiro do contribuinte, “neste país incrível, homossexualismo é cultura. Mais ainda: virou questão de Estado. Mais um pouco e teremos a Homobrás. ´O homossexualismo é nosso´. Do universo entre as nações, resplandece a do Brasil. Criamos o gay estatal”. Sim, o Ministério da Cultura é o mesmo que destina verba pública a UNE (União Nacional dos Estudantes), mesmo que a UNE não seja e nunca tenha sido uma entidade cultural, e sim político-ideológico. Mas, e daí? O Ministério da Educação destina verbas a CUT e a Força Sindical, e ninguém parece se importar muito.

De início, o intuito do financiamento para as paradas gays públicas era fazer campanha contra Ainds e DSTs, o que faz algum sentido, mas ONGs, conselhos de saúde e até no Ministério Público Federal argumentam com razão que a melhor forma de investir no combate a AIDS é através da compra de medicamentos, investimentos na área da saúde e em campanhas de prevenção. Mas virou política, como tudo.

Que fique claro, não sou homofóbico ou tenho qualquer problemas com gays. Muito ao contrário, em comunidades liberais conservadoras costumo sempre defender as liberdades individuais – inclusive sexuais. O que não quer dizer que apóie cretinices como essa, onde nosso dinheiro é desviado para a promoção de festinhas coloridas de um segmento da sociedade, em meio a um momento de crise (e quando não é?). Da próxima vez que passar pela frente da Avenida durante uma parada gay, e ver um enorme caminhão de Som, equipagem e pessoal técnico, tenha a certeza de que parte do dinheiro para bancar a festa saiu do teu bolso, com os auspícios desse governo populista. Panis et circensis, como sempre.

quarta-feira, julho 05, 2006


Alckmin, o liberal

"Alckmin elogia Bolsa Família e afirma que vai ampliar programa"

Terrível neo-liberal da direita reacionária, Geraldo Alckmin pretende dar continuidade ao bolsa-esmola, ao sistema de cotas racistas, ao patrocínio dos “movimentos sociais”, e toda instrumentação populista concebida pelo PT.

Baita liberal.

segunda-feira, julho 03, 2006


Da “Democratização” do Cinema Pela Companheirada

Projeto de lei 6741/2006 – Nilson Mourão PT- AC

"Dispõe sobre a obrigatoriedade de
dublagem, em língua portuguesa, de obras
cinematográficas produzidas em idioma
estrangeiro e apresentadas em salas
comerciais de exibição pública em todo o
território nacional
”.

Art. 1º É obrigatória a dublagem em Língua Portuguesa das
obras cinematográficas produzidas em idioma estrangeiro para apresentação nas
salas ou espaços comerciais de exibição pública em todo o território nacional.

Art. 3º Toda e qualquer obra cinematográfica produzida em
idioma estrangeiro só poderá ser veiculada ou transmitida em salas ou espaços
comerciais de exibição pública se estiver dublada em Língua Portuguesa.

Art. 4º As empresas de exibição que descumprirem a
obrigatoriedade de que trata o art. 3º estarão sujeitas a multa correspondente a
cinco por cento da renda média diária de bilheteria, apurada no semestre anterior
à infração, multiplicada pelo número de dias em que a obrigatoriedade não tenha
sido cumprida.

Art. 5º Caberá à ANCINE – Agência Nacional do Cinema a
fiscalização do cumprimento desta Lei e a autuação dos infratores.

Mas a lei em si não é o melhor. A justificação do projeto é a verdadeira pérola desse camarada do Acre, grande defensor do socialismo e da democracia popular. Reparem.

"As deficiências de leitura dos estudantes brasileiros, denunciadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, realizado pelo Ministério da Educação, e os índices altíssimos de analfabetismo funcional constituem um dos motivos que impede a
democratização do cinema como alternativa de entretenimento e de cultura
para a maioria da população brasileira. A legislação em vigor que estabelece os princípios gerais da Política Nacional do Cinema determina como um dos objetivos da Agência
Nacional do Cinema – ANCINE, órgão de fomento, regulação e fiscalização da indústria cinematográfica, o de estimular a universalização do acesso às obras cinematográficas, não apenas as nacionais (art. 6º, inciso VII da MP n.º 2.228- 1, de 6 de setembro de 2001).
Em defesa da democratização do cinema para a população brasileira, peço aos meus Ilustres Pares o decisivo apoio para a aprovação do Projeto de Lei que ora apresento a esta Casa."

É óbvio que cretinice dessa magnitude não tem chances de passar adiante, mas serve para ilustrar a idéia de democracia que alguns energúmenos alimentam. Em essência, não é um disparate maior que o tal “promandioca”, que tem como fim apenas o fortalecimento do Estado (além do enriquecimento dos mandioqueiros, o que me faz desconfiar do SATED). Por isso eu estranho quando um esquerdista se auto-intitula “liberal” (esquerda-liberal), pois só o são em termos morais, de costumes, no que diz respeito à política e economia passam ao largo do liberalismo - e buscam o Estado.

domingo, julho 02, 2006


O Estado como padeiro

Nos tempos da Roma imperial, e mesmo muito antes, a principal fonte de energia alimentar de seus cidadãos era o pão - os romanos amavam seu pão de cada dia. Conta-se que a Legio X, a mais célebre das legiões romanas, criada por César na época das campanhas gálicas, quase se amotinou quando estava baseada na Síria no primeiro século de nossa era e seus legionários se viram obrigados a comer apenas carne devido à escassez de trigo. Assunto sério.

Dois mil anos depois, eu e meus compatriotas brasileiros temos no pão, assim como os antigos romanos, um dos principais alimentos e fontes energéticas. No que concerne a mim, como pão no mínimo em dois momentos do dia, e há os que comem mais. Pão de trigo, basicamente. Eis o problema. Do trigo consumido no país 60% é importado: não somos grandes produtores do produto, apesar de grandes consumidores. E algumas regiões do país, notadamente as mais pobres não o produzem por inviabilidade climática. Faz-se necessário, então, que formas alternativas para a produção de pão e farináceos sejam implementadas.

Sendo o pão feito com farinha de trigo, a rigor, um artigo de luxo (ou pelo menos em tese deveria ser), o pão de amido de mandioca se apresenta como uma feliz opção. A mandioca é nativa de nosso país e bem tolerante a seca, além de possuir ampla adaptação aos diferentes tipos de clima e solo. Por ser de cultivo relativamente fácil, pode ser também (como o é de fato em algumas regiões) geradora de renda para a parcela mais pobre da população que sobrevive no campo. Certamente algo a ser explorado. Mas também vale lembrar que o trigo tem de 10% a 12% de proteína enquanto que a mandioca de 1% a 2%. É um produto de qualidade inferior, em termos nutricionais.

Entra em cena, então, o “promandioca” (o nome lembra algo?). A proposta é a seguinte: a adição obrigatória de 10% de amido de mandioca à farinha de trigo a fim de se chegar a uma autonomia na produção de farinhas para pães, biscoitos, massas e afins, e estimular a agricultura familiar. Os moinhos de trigo serão obrigados, por força de lei, a adulterar seus produtos já na fonte, sob pena de pesadas multas ou mesmo a interdição das atividades comerciais.

Sim, amigos, o cacetinho nosso de cada dia, se for produzido com 100% farinha de trigo, dependendo do camarada Aldo Rebelo (autor do projeto, comunista do PC do B-SP, presidente da Câmara dos Deputados, e que está fazendo o projeto voar na Casa), será considerado ilegal. O Estado-monstro brasileiro, que já intervém em quase todas as instâncias de nossa vida particular (inclusive na forma como educamos nossos filhos), agora invade nossas cozinhas e nos diz como deve ser feito o pão que comemos.

Se é para melhorar a qualidade do que a população pobre consome, outra saída adequada seria a utilização do milho, grão abundante e de fácil produção em todo o país, além de ser um alimento importante desde o tempo dos Maias e Astecas. Mas este milho no Brasil, pasmem, serve para alimentar porcos e frangos... Não existe interesse em fazer reserva de mercado pelos produtores (coincidentemente os principais incentivadores do “promandioca” são, adivinhem quem?, os produtores de mandioca do Paraná e São Paulo).

Em 48 aC, durante a Guerra Civil, Julio César teve grandes dificuldades durante o cerco a Pompeu, o Grande, na cidade de Durrës por falta de provisões. Seus legionários começaram a desenterrar uma raiz chamada “chara” para produzir um tipo de pão vagabundo emergencial. Isso fez com que muitos homens desertassem para seu rival, que levaram esse pão para Pompeu como prova das dificuldades que César e suas legiões passavam. Pompeu teria dito que seus oponentes estavam virando animais que comiam plantas selvagens. Pudesse, talvez considerasse a possibilidade de deserção desse país...

Para ler notícias sobre o “promandioca”: Folha on line